Na Promotoria de Justiça de Paranoá, onde o projeto começou, o MPDFT conseguiu dar andamento a 14 dos 29 processos que estavam parados. Os outros 15 também foram analisados e boa parte deles só não tiveram andamento porque são recentes. Agora, a iniciativa será expandida para outras cidades do DF. A próxima será Samambaia.
O projeto Kairós consiste em separar todos os processos de homicídios tentados sob suspensão e notificar as vítimas para que elas aprofundem ou mesmo retifiquem depoimentos prestados em delegacia, podendo, muitas vezes, auxiliar na localização dos réus. Se o acusado é encontrado, o MPDFT oficia e dá andamento ao processo. Caso contrário, os promotores avaliam, por meio do depoimento da vítima, a destinação certa do processo, que poderá, inclusive, ser encerrado.
Durante a cerimônia de oficialização do projeto, a procuradora-geral de Justiça, Fabiana Costa, assinou portaria que permite estender a iniciativa às demais promotorias. “Nossa intenção é institucionalizar uma ideia que se mostrou exitosa em sua primeira experiência, na Promotoria de Justiça do Paranoá, onde foi possível obter a solução de aproximadamente 50% dos processos parados”, disse.
O coordenador do projeto, promotor de Justiça Daniel Bernoulli, afirmou que a busca da vítima como sujeito de direito contribui na efetividade do processo. “Em alguns processos em que trabalhamos, a vítima sabia onde estava o réu, o que viabilizou sua prisão, a retomada do feito e até mesmo a condenação perante o Júri Popular. Em outros, a oitiva mais acurada do ofendido permitiu reavaliar a condição da prova e oficiar ao Judiciário que arquivasse os autos, evitando assim gastos desnecessários. A ideia é retomar processos parados e dar voz à vítima, o que é um anseio do CNJ e do CNMP”, comentou.
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