Ação faz parte da Operação XcoderX, deflagrada em fevereiro deste ano
O Núcleo Especial de Combate a Crimes Cibernéticos (Ncyber) do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) denunciou à Justiça, nesta sexta-feira, 28 de fevereiro, 22 integrantes de organização criminosa especializada em aplicar golpe para furtar correntistas de diversas instituições financeiras. A quadrilha atuava no Distrito Federal, Paraíba, Santa Catarina e São Paulo. Na Capital Federal, foram mais de 40 vítimas, todas titulares de contas bancárias no Banco de Brasília. Os prejuízos chegam a R$ 1 milhão só no Distrito Federal. Uma das vítimas chegou a perder mais de R$ 100 mil reais após cair no golpe.
Na denúncia, o Ncyber indica a prática reiterada de crimes como furto mediante fraude, lavagem de dinheiro e invasão de dispositivo. Além da condenação dos envolvidos pelos crimes praticados, o Ministério Público solicitou à Justiça que os investigados sejam condenados ao pagamento de R$ 10 milhões referentes danos morais coletivos. A atuação do MPDFT partiu da Operação XCoderX da Polícia Civil do DF, deflagrada em fevereiro deste ano.
A quadrilha era dividida em células, que atuavam de forma especializada e coordenada. Uma parte dos integrantes era responsável por obter e repassar informações das contas bancárias visadas, como dados do titular, agência, número de conta e senha de acesso, além da verificação de saldo, limites de empréstimo, entre outros dados que norteavam a escolha dos alvos. Eles utilizavam o serviço de programadores, chamados coders, que criavam programas maliciosos para obter as informações bancárias.
Com base nessas informações, outra parte da quadrilha atuava. Os criminosos passavam por funcionários do banco e, sob a falsa alegação da necessidade de realização de operação de segurança, obtinham da vítima o QR Code, código de barras bidimensional que viabilizava as transações bancárias.
“Durante a ligação telefônica, os clientes eram convencidos a fazerem o envio da foto deste código para um contato em um aplicativo de mensagens. Nesta etapa, a organização criminosa simulava o protocolo de atendimento telefônico da instituição, inclusive, com o uso do número oficial utilizado pelo banco para contato com seus correntistas”, explicou o coordenador do Ncyber/MPDFT, promotor de Justiça, Leonardo Otreira.
O grupo utilizava também pessoas que emprestavam as próprias contas bancárias, mediante o pagamento de uma comissão, para o recebimento dos valores subtraídos das vítimas. A quadrilha contava com membros dedicados ao recrutamento de titulares dispostos a ceder tais contas para a prática criminosa. Só uma das contas utilizadas pelo grupo, movimentou mais de R$ 6 milhões. As transferências dos valores furtados eram fracionadas entre várias contas de destino, a fim de dificultar a atuação dos órgãos de controle e facilitar posteriores atos de lavagem de dinheiro.
Uma gráfica e uma loja de vidros eram utilizadas para justificar a origem do dinheiro proveniente das transações fraudulentas. A quantia obtida era ocultada por meio da simulação de compras em máquinas móveis de transações bancárias, as pin pads, pelo pagamento de boletos bancários, por saques em terminais de autoatendimento e por sucessivas transferências bancárias, inclusive com remessa de valores para o exterior e aquisição de moedas digitais.
Processo: 2019.01.1.019487-4
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