Ministério Público entende que é necessário o estabelecimento de protocolo específico para o acompanhamento epidemiológico de novas variantes em circulação no DF
A força-tarefa do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) que fiscaliza as medidas de combate à pandemia decidiu expedir novo ofício à SES sobre o mapeamento de variantes da Covid-19 em possível circulação na capital federal. Apesar de a Secretaria ter apresentado informações ao MPDFT sobre a identificação de novas cepas, não foram apresentadas medidas para o enfrentamento dessas variantes.
Para os representantes do Ministério Público, não ficou claro, por exemplo, quais são exatamente as medidas tomadas pela SES, além do envio de amostras para análise do Laboratório Estratégico do Instituto Adolfo Lutz. Tampouco, foi esclarecido o modo exato como a SES seleciona amostras, em que volume são selecionadas, e de que modo é realizada a genotipagem de cepas de Covid-19 em circulação no DF.
A falta de estudos e projeções para a definição da política de controle biológico da evolução da pandemia preocupa o Ministério Público. “As informações prestadas pela Secretaria ao MPDFT, embora relevantes para fins do acompanhamento das medidas em curso de enfrentamento da pandemia, atenderam somente em parte os questionamentos realizados pela força-tarefa. Necessitamos de informações precisas e atualizadas para melhor acompanhamento das atuais e futuras ações de enfrentamento do coronavírus no Distrito Federal”, afirma o secretário-executivo da força-tarefa, promotor de Justiça Bernardo Matos.
Questionamentos
No ofício, o MPDFT direcionou três questionamentos. O primeiro é sobre as estratégias que a SES-DF vêm adotando para acompanhamento da eventual chegada ao Distrito Federal de novas variantes da Covid-19, para além do envio de amostras para análise do Laboratório Adolfo Lutz.
A força-tarefa quer saber também como a Secretaria seleciona as amostras e de que modo é realizada a genotipagem de cepas de Covid-19 em circulação no DF. Por fim, pede informações sobre o resultado da análise dos casos suspeitos, que já estavam em análise laboratorial. As respostas devem ser apresentadas em três dias pela SES-DF.
“É fundamental que haja uma estratégia de acompanhamento do perfil das cepas em circulação no DF. Essa informação é indispensável para se fazer uma projeção do desenvolvimento da doença. Se esse controle biológico já estivesse sendo realizado efetivamente, o aumento recente de casos teria sido previsto e as ações para controle do vírus e a estruturação do sistema de saúde poderiam estar melhor organizadas”, observa o coordenador da força-tarefa, procurador de Justiça José Eduardo Sabo.
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