Segundo dados da Secretaria de Saúde, 20% das pessoas vacinadas pela rede local moram fora do Distrito Federal
A força-tarefa do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) que fiscaliza as ações de combate à pandemia de Covid-19 questionou o Ministério da Saúde sobre a quantidade de vacinas enviada ao Distrito Federal como parte do Programa Nacional de Imunização (PNI). O ofício, dirigido ao secretário de Vigilância em Saúde, Arnaldo Correia de Medeiros, pede que o número de doses seja aumentado para suprir a demanda criada por pacientes de outras unidades da Federação.
No documento, enviado nesta segunda-feira, 29 de março, a força-tarefa lembra que os números da pandemia no Distrito Federal estão em seu nível mais alto: a ocupação de leitos de UTI ultrapassa 90%, a taxa de transmissão é maior do que 0,9 e a média móvel de mortes passa de 50 por dia. Apesar da situação crítica, o sistema de saúde distrital também precisa atender pacientes de outras unidades da Federação, especialmente do Entorno.
A estimativa da Secretaria de Saúde é que ao menos 20% das pessoas que já foram vacinadas na rede local morem fora do Distrito Federal, o que não é levado em conta na distribuição de doses pelo Ministério da Saúde. Além disso, existe um déficit populacional nas estimativas do governo federal. A pasta considerou, por exemplo, uma população de 42.391 pessoas acima de 80 anos, mas, até 15 de março, 50.717 pessoas dessa faixa etária já haviam sido vacinadas.
O coordenador da força-tarefa, procurador de Justiça José Eduardo Sabo, explica a iniciativa. “O sistema de saúde é universal e todos devem ser atendidos, sem distinção. Por isso, entendemos que deve haver sensibilidade por parte do Ministério da Saúde para que dispense ao Distrito Federal um número maior de doses, que garanta a qualidade do atendimento a todos os que procurem a rede local de saúde”, afirmou.
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