Ter se submetido a teste não garante proteção à disseminação do vírus
Com o crescimento dos casos da Covid-19 no Distrito Federal, a força-tarefa do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) faz um alerta para a realização de festas privadas domiciliares. Enquanto durar a necessidade do distanciamento social, ainda que haja a aplicação de testes para os convidados, os resultados não garantem 100% de segurança e a disseminação do vírus pode ocorrer.
Especialmente os testes sorológicos do tipo rápido podem apresentar muitos resultados conhecidos como falsos negativos. Isso acontece porque os anticorpos específicos identificados neste exame só costumam aparecer numa fase mais avançada da infecção, a partir do oitavo dia, o que pode contribuir para resultados falsos negativos. Também pode ocorrer de uma pessoa infectada apresentar uma quantidade muito pequena da amostra, ou seja, um valor indetectável, que não seja forte o suficiente para acusar positivo.
Outros problemas também podem comprometer o resultado: testes aplicados sem as condições laboratoriais adequadas, amostra ruim, equipamento que não funciona perfeitamente e erro humano. Embora a taxa exata de falsos negativos seja atualmente desconhecida, pesquisadores reconhecem que os dois tipos de teste disponíveis no mercado, o rápido e PCR molecular, podem dar esses resultados, porém em momentos distintos da evolução da doença.
A força-tarefa adverte que em razão da situação emergencial decorrente da pandemia enfrentada em face da Covid-19, os eventos sociais, inclusive particulares, não são atividades essenciais e devem ser rigorosamente evitados, independentemente de legislação que proíba festas privadas e domiciliares. “Essa é uma crise sanitária sem precedentes. No DF, são mais de 500 óbitos, e no Brasil temos mais de 55 mil vítimas, nesta quinta-feira, 25 de junho. É algo que ultrapassa a nossa individualidade, é uma questão de cidadania e respeito à coletividade”, afirmam os promotores de Justiça.
Nota Técnica
A Promotoria de Justiça de Defesa da Saúde (Prosus) elaborou nota técnica sobre a aplicação dos testes diagnósticos. De acordo com o documento, esses testes para a detecção da doença realizados de forma aleatória não esclarecem nada sobre a condição da pessoa examinada e ainda podem ser prejudiciais porque, mal aplicados, podem trazer falsa sensação de segurança.
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