MPDFT quer a adoção de medidas preventivas rigorosas para evitar a disseminação da doença entre os residentes, que pertencem ao grupo com maior risco de morte pela Covid-19
A disseminação do novo coronavírus em instituições de longa permanência para idosos (ILPIs) é motivo de preocupação do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT). Em reunião realizada nesta terça-feira, 16 de junho, representantes da força-tarefa do MPDFT receberam plano de ação para organização do cuidado em ILPIs durante a pandemia de Covid-19. O documento, apresentado pela Gerência de Apoio à Saúde da Família da Secretaria de Saúde (SES/DF), foi elaborado para mitigar a transmissão nesses locais, uma vez que idosos e pessoas com doenças crônicas são os mais suscetíveis a problemas respiratórios graves. O plano apresenta medidas a serem adotadas para a redução do contágio e da disseminação, além dos fluxos de atendimentos disponíveis para o tratamento dos idosos infectados.
A Promotoria de Justiça da Pessoa Idosa (Projid) é uma das unidades do MPDFT que compõe a força-tarefa de enfrentamento ao coronavírus e tem atuado para proteger os direitos dos maiores de 60 anos. A promotora de Justiça Maércia Correia de Mello falou da importância do plano para a proteção dos idosos. “O Distrito Federal vive um momento crítico com aumento de casos. Essa reunião entre representantes das instituições, Ministério Público e órgãos do governo é fundamental para o fortalecimento das políticas públicas e para a troca de experiências”.
Plano de ação
Após a realização de testes para a detecção da Covid-19 nas ILPIs e a confirmação de diversos casos positivos, a elaboração do plano se mostrou necessária para orientar e criar fluxos de atendimentos a serem seguidos por todas as instituições. Foram definidas três etapas de atuação: a primeira é a identificação dos casos suspeitos, confirmados e descartados; a segunda é a avaliação detalhada da gravidade do paciente e dos fatores de risco (grave, moderado e crítico); e, por fim, a realização de testes dos tipos PCR e sorologia. Deverá ser feito o isolamento dos infectados, que deverão receber o tratamento necessário e repetir o teste após 15 dias. Idosos com sintomas e resultado negativo também devem ficar isolados em observação e tratamento. Quando o caso for classificado como moderado, grave ou crítico, o paciente deverá ser internado em uma unidade de saúde.
As instituições devem separar os idosos em alas, com profissionais específicos para cada uma, além de médicos e estrutura de cozinha para cada grupo. Essa divisão é importante para criar barreiras à contaminação no interior da instituição. Caso o abrigado precise sair, deverá ficar em quarentena por sete dias ao retornar. Outras medidas de cuidado são a verificação, com frequência, da temperatura corporal e também da saturação de oxigênio no sangue.
Durante a reunião, os gestores das ILPIs tiveram a oportunidade de tirar dúvidas e apresentaram preocupações. “É essencial promover essa articulação, principalmente na situação atual de pandemia. Devemos conversar e buscar consensos, e ao mesmo tempo agir para evitar a contaminação pela Covid-19”, reforçou o coordenador da força-tarefa do MPDFT para ações relacionadas à pandemia, o procurador de Justiça José Eduardo Sabo. Após a validação final, o plano será distribuído também a todas as unidades básicas de saúde e demais envolvidos no atendimento aos idosos institucionalizados.
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