Material reúne aspectos fundamentais da implantação da tecnologia no órgão e serve de orientação a instituições interessadas. No MPDFT, a metodologia reduziu custos em até três vezes e a instituição tornou-se referência nacional na temática
O Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT), por meio da Secretaria de Pojetos e Obras (SPO), lançou o Caderno de Projetos e de Gestão de Edificações em BIM (CPGE-BIM). A publicação estabelece os padrões dos projetos a serem elaborados pelos engenheiros e arquitetos da instituição, bem como serve de norte a futuras contratações, descrevendo o processo de elaboração de projetos, planejamento 4D, orçamento 5D, análises energéticas, execução de obras e gestão das edificações.
O MPDFT tem-se destacado na vanguarda da implementação da tecnologia, despontando como referência nacional, em estágio avançado nessa sistemática de trabalho. O objetivo é promover a eficiência, eficácia e economicidade dos processos desde o projeto, orçamento, planejamento de execução, fiscalização e manutenção predial, atendendo as premissas do interesse público. Com a publicação do CPGE-BIM, fruto da experiência adquirida durante o processo de implantação BIM no MPDFT desde 2014, o órgão avança ainda mais na temática.
De acordo com Regina Fonteles, arquiteta e secretária de Projetos e Obras, “o MPDFT calcula ter conseguido implantar a metodologia com custo até três vezes inferior quando comparado a outras instituições. Essa economia tornou-se possível graças ao envolvimento dos servidores da casa, que realizaram todo o trabalho, o que permitiu dispensar a contratação de consultoria especializada e reduzir custos em até R$ 1,5 milhão”.
Caderno de Projetos e de Gestão em BIM
O caderno detalha como se deu o plano de implementação do BIM no MPDFT e traz ainda seus fundamentos, incluindo estágios de implantação, normativos, seu processo colaborativo, a compatibilização de projetos, entre outros pontos importantes. Outro item primordial presente no material é o plano de execução do BIM, desenvolvido pela SPO. Para finalizar, o caderno traz ainda quais são os requisitos para projetos em BIM, as diretrizes para elaboração de modelos e as padronizações utilizadas. O material foi elaborado pela equipe técnica da Secretaria de Projetos e Obras do MPDFT, sob coordenação do assessor especial de Modelagem da Informação da Construção, Wagner Martins de Lima.
A publicação está alinhada com as boas práticas de projetos na metodologia BIM (Building Information Modeling) e com os normativos e leis que regem o tema, incluindo o Decreto Federal nº. 9.983 de 22 de agosto de 2019, com alterações introduzidas pelo Decreto nº 10.306, de 2 de abril de 2020, que estabelece as fases de implementação da metodologia pelos órgãos e entidades da Administração Pública Federal, a partir de janeiro de 2021, cujo objetivo é o aperfeiçoamento dos projetos e o aumento na eficiência dos gastos públicos.
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Metodologia BIM (Modelagem da Informação da Construção)
A metodologia Building Information Modelling traz como conceito o conjunto de tecnologias e processos integrados que permite a criação, a utilização e a atualização de modelos digitais de uma construção de modo colaborativo durante todo o ciclo de vida da construção. O MPDFT vem desenvolvendo com sua equipe técnica e a assessoria especial em BIM a implantação do sistema visando não apenas atender ao decreto, mas proporcionar vantagens técnicas, econômicas e administrativas, aplicadas às boas práticas da Administração Pública.
A BIM deve ser adotada por todos os órgãos públicos a partir de 2021, de acordo com o Decreto 9.377/2018. O MPDFT se antecipou e elaborou 100% do projeto executivo edifício das Promotorias de Justiça de Sobradinho na plataforma BIM, nos moldes orientados pela lei, ainda em 2019. Países como Holanda, Dinamarca, Finlândia, Noruega e Estados Unidos já exigem o uso da BIM em projetos custeados pelo governo.
Sob o aspecto técnico, merecem destaque: o aumento da produtividade, considerando a redução do tempo de execução de diversas tarefas ao longo do projeto; a potencialização da interação e do trabalho em equipe, por ter uma natureza colaborativa e interdisciplinar; o aumento do nível de confiabilidade e precisão por meio de compatibilização, planejamento e orçamentos mais assertivos; e a diminuição das interferências nas etapas de projetos e conflitos durante a construção.
Sob o aspecto econômico, verifica-se: a redução de custos durante o processo de construção; uma maior efetividade nas estimativas dos custos de obra e de reforma; e a diminuição de perdas e desperdício ao longo do período de obra e de reforma. Já sob o aspecto administrativo, percebe-se: a otimização da estrutura para a elaboração dos projetos nas diferentes disciplinas de arquitetura e de engenharia e um maior controle de processos de gestão de cada fase, desde a obra ou reforma até a execução da manutenção e operacionais dos sistemas construtivos.
A portaria Nº 715, de 28 de dezembro de 2020, instituiu o caderno de orientações, diretrizes e procedimentos que deverão ser adotados em projetos e gestão de Edificações em BIM.
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