O MPDFT informa que todos os textos disponibilizados neste espaço são autorais e foram publicados em jornais e revistas.
Eles são a livre manifestação de pensamento de seus autores e não refletem, necessariamente, o posicionamento da Instituição.
Ivaldo Lemos Junior
Procurador de justiça do MPDFT
A vida pública de Ilhéus, no apagar das luzes da República Velha – tal como retratado por Jorge Amado em “Gabriela” – era uma confraria de produtores de cacau, os “coronéis” da região. Eles nutriam entre si uma relação de concorrência, mas também de interesses comuns, e estes falavam mais alto que aquela. As coisas estavam boas para eles, que vendiam aos montes e enricavam. Mas não percebiam um sinal de alerta: a massa estava insatisfeita.
Sérgio Bruno Cabral Fernandes
Promotor de justiça do MPDFT
(Parte 1 — A bicicleta)
Vejamos um exemplo hipotético, vagamente baseado em fatos reais. Um diretor de uma estatal é pego cobrando propina de uma empresa. Qual a causa da corrupção? Uma resposta instantânea seria: o diretor que cobrou a propina. E qual a solução? Fácil, demite-se o diretor. Problema solucionado. Calma, não tão rápido assim…
Problemas complexos, como a corrupção, não são solucionáveis em definitivo. Solução, a rigor, remete a algo permanente, estático. E não é assim que os sistemas complexos funcionam. Estes, na verdade, podem apenas ser gerenciados, administrados e manejados de modo que seus efeitos sejam estabilizados.