O MPDFT informa que todos os textos disponibilizados neste espaço são autorais e foram publicados em jornais e revistas.
Eles são a livre manifestação de pensamento de seus autores e não refletem, necessariamente, o posicionamento da Instituição.
Ivaldo Lemos Junior
Promotor de Justiça do MPDFT
Em “Que fazer?”, de Tolstói (não confundir com a obra homônima de Lênin), existe a seguinte previsão do prazo de cumprimento das leis de Deus: “quando homens de nosso círculo, e depois deles a grande maioria dos trabalhadores, não considerarem vergonhoso limpar privadas, mas considerarem vergonhoso enchê-las para que outros homens, nossos irmãos, deem um destino final a seu conteúdo” (sic).
Ivaldo Lemos Junior
Promotor de Justiça do MPDFT
Uma das coisas que mais gosto na leitura de Machado de Assis – a primeira é o fato de ter sido ele um psicólogo poderosíssimo – é poder verificar como as coisas se transformam e como se conservam.
Machado ambientou seus romances nas mesmas cidade e época em que viveu. É notório que muitos dos seus costumes já não existem mais, e é isso mesmo o que há de mais atraente. As maneiras do vestir, os bigodes à Napoleão III, a decoração das casas, a raridade dos retratos, os bailes de polca e valsa, os voltaretes, as frioleiras, a vergonha feminina de não saber tocar piano ou tocar mal. É inevitável o uso do dicionário. Não é fácil intuir o sentido de uma palavra que se refere a uma coisa inexistente no léxico do leitor.