Coletiva de imprensa foi realizada na tarde desta quinta-feira, 2 de fevereiro, para apresentar as informações da denúncia. Penas somadas podem chegar a quase 400 anos.
“Um caso sem precedentes na história do Distrito Federal e, inegavelmente, um dos crimes mais brutais já praticados no Brasil", ressalta o promotor de Justiça Nathan Neto. “Uma ação planejada, organizada e executada com profunda frieza”, afirma o representante do Ministério Público.
Segundo o promotor de Justiça Daniel Bernoulli, a próxima etapa processual é o recebimento da denúncia pelo poder judiciário, o que deve acontecer nos próximos dias. “De acordo com as investigações, mais de cem crimes foram cometidos pelos denunciados. O MPDFT trabalhará com uma força-tarefa de promotores de Justiça devido à complexidade da atuação do grupo criminoso”. Somadas, as penas podem variar de 211 a 385 anos, conforme o Código de Processo Penal.
Os crimes pelos quais os réus foram denunciados, de acordo com a participação de cada um, são:
Gideon Batista de Menezes: homicídio triplamente qualificado (emprego de meio cruel, uso de recurso que dificultou a defesa da vítima e intenção de obter impunidade para outro crime), homicídio duplamente qualificado (uso de recurso que dificultou a defesa da vítima e intenção de obter impunidade para outro crime), ocultação e destruição de cadáver, corrupção de menores, sequestro e cárcere privado, extorsão mediante sequestro, constrangimento ilegal com uso de arma, associação criminosa e roubo.
Horácio Carlos Ferreira Barbosa: homicídio quadruplamente qualificado (emprego de meio cruel, uso de recurso que dificultou a defesa da vítima, intenção de obter impunidade para outro crime e vítima menor de 14 anos), homicídio triplamente qualificado (emprego de meio cruel, uso de recurso que dificultou a defesa da vítima e intenção de obter impunidade para outro crime), homicídio duplamente qualificado (uso de recurso que dificultou a defesa da vítima e intenção de obter impunidade para outro crime), ocultação e destruição de cadáver, corrupção de menores, extorsão mediante sequestro, sequestro e cárcere privado, constrangimento ilegal com uso de arma, associação criminosa, roubo e fraude processual.
Carlomam dos Santos Nogueira: homicídio quadruplamente qualificado (uso de recurso que dificultou a defesa da vítima, intenção de obter impunidade para outro crime e vítima menor de 14 anos), homicídio triplamente qualificado (emprego de meio cruel, uso de recurso que dificultou a defesa da vítima e intenção de obter impunidade para outro crime), extorsão mediante sequestro, corrupção de menor, ocultação e destruição de cadáver, sequestro e cárcere privado, ameaça com uso de arma, associação criminosa, constrangimento ilegal com uso de arma e roubo.
Carlos Henrique Alves da Silva: homicídio duplamente qualificado (recurso que dificultou a defesa da vítima e intenção de obter impunidade para outro crime) e sequestro e cárcere privado.
Fabrício Silva Canhedo: extorsão mediante sequestro, associação criminosa, roubo e fraude processual.
Entenda o caso
Em 27 de dezembro, Gideon, Horácio e Carloman, acompanhados de um adolescente, foram à residência de Marcos, onde também estavam sua esposa, Renata Juliene Belchior, e sua filha, Gabriela Belchior de Oliveira. Marcos foi atingido por um tiro e as duas mulheres foram rendidas. Os criminosos subtraíram a quantia aproximada de R$ 49,5 mil que estava no local e pertenceria a Marcos.
As três vítimas foram levadas para um cativeiro preparado na região do Vale do Sol, em Planaltina. No local, Marcos foi assassinado por Gideon e Horácio. Com a ajuda de Carloman e do adolescente, o corpo foi enterrado no mesmo terreno. As mulheres permaneceram no cativeiro.
Na manhã do dia 28 de dezembro, Fabrício assumiu a vigilância do cativeiro. O adolescente, por motivo desconhecido, fugiu do local. As vítimas foram ameaçadas para que fornecessem as senhas de seus celulares e de contas bancárias. Com isso, o grupo começou a se passar pelas vítimas e puderam monitorar os passos de Cláudia da Rocha Marques e Ana Beatriz Marques de Oliveira, respectivamente, ex-esposa e filha de Marcos. O objetivo era atraí-las para uma emboscada e subtrair R$ 200 mil referentes à venda de um lote
Entre os dias 2 e 4 de janeiro, Gideon, Horácio e Carloman foram à casa das duas. Elas foram rendidas, amarradas e levadas para o cativeiro onde já estavam Renata e Gabriela. As duas também foram ameaçadas para fornecer as senhas dos celulares e de contas bancárias.
O acesso aos telefones das duas mulheres levou o trio a acreditar que Thiago Gabriel Belchior de Oliveira, filho de Marcos e Renata, poderia atrapalhar seus planos. Por esse motivo, decidiram matá-lo. Em 12 de janeiro, por meio dos celulares das vítimas, ele foi atraído à Chácara Quilombo. No local, Thiago foi rendido por Carloman e Carlos Henrique, enquanto Horácio fingia também ser vítima da abordagem. O homem foi levado ao cativeiro onde estavam as quatro mulheres.
Como havia feito antes, o grupo ameaçou Thiago para obter a senha de seu celular. Com acesso ao aparelho, começaram a fazer contato com Elizamar, esposa de Thiago, com a intenção de também matá-la. Eles atraíram a mulher, junto com os três filhos pequenos, à Chácara Quilombo. Quando chegou, ela e as crianças foram rendidas e amarradas. Os quatros foram levados a Cristalina (GO), onde foram estrangulados até a morte. Os corpos foram incinerados dentro do carro de Elizamar.
De volta ao cativeiro, Gideon, Horácio e Carloman decidiram matar as demais vítimas para garantir que os outros crimes não fossem descobertos. Em 14 de janeiro, Renata e Gabriela foram levadas até Unaí (MG), onde foram estranguladas até a morte e tiveram seus corpos queimados. Depois desse duplo assassinato, Fabrício aparentemente se desentendeu com Gideon, Horácio e Carloman e abandonou a empreitada.
No dia seguinte, Gideon determinou que os outros dois matassem Claudia, Ana Beatriz e Thiago. Os três foram levados a uma cisterna próxima ao cativeiro e executados a golpes de faca. Os corpos foram escondidos na cisterna. Fabrício e Horácio voltaram ao cativeiro e atearam fogo a objetos das vítimas com o objetivo de atrapalhar as investigações.
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