Pró-vida recebeu documentos médicos e aguarda mais informações dos prontuários, do IML e da PCDF, que conduz o inquérito policial
A Promotoria Criminal de Defesa dos Usuários dos Serviços de Saúde (Pró-vida) investiga como foi o atendimento prestado e a causa da morte da paciente atendida na UPA de Ceilândia que faleceu em 14 de março. “Até o momento, não foi esclarecido o que causou o óbito e não é possível afirmar que houve crime por ação ou omissão de algum profissional da unidade de saúde”, esclarece a promotora de Justiça Alessandra Morato.
A análise preliminar dos documentos médicos enviados ao Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) aponta para uma hemorragia intracraniana espontânea, possivelmente relacionada a um quadro clínico prévio de dengue hemorrágica. Não há provas suficientes de um diagnóstico psiquiátrico isolado que justificasse a necessidade de contenção da paciente e nem que efetivamente houve traumatismo craniano fatal causado pela queda.
A Pró-Vida continua acompanhando as investigações junto à Polícia Civil (PCDF) e aguarda a chegada dos prontuários requisitados ao Hospital de Base e ao Instituto de Medicina Legal (IML) para apresentar ao Judiciário o resultado das investigações.
De acordo com o manual técnico do Ministério da Saúde “Dengue : diagnóstico e manejo clínico – Adulto e Criança”, a infecção pelo vírus da dengue causa uma doença de amplo espectro clínico, incluindo desde formas não aparentes até quadros graves, podendo evoluir para o óbito (hepatite, insuficiência hepática, manifestações do sistema nervoso, miocardite, hemorragias graves e choque). Alguns pacientes com formas graves da doença passam a apresentar sinais de alarme da dengue, principalmente quando a febre cede, e essas manifestações precedem os episódios hemorrágicos graves.
Entenda o caso
A paciente, de 53 anos, havia procurado a UPA de Ceilândia com dores abdominais, febre e fraqueza em 4 de março. Ela foi diagnosticada com dengue e, após um agravamento da doença, a mulher foi transferida para a sala vermelha, um ambiente de urgência da UPA, onde não é possível a permanência de acompanhante. Após um quadro de agitação, a paciente chegou a ser medicada, mas pulou de uma janela com altura de cerca de dois metros. Com a queda, a mulher foi levada à unidade de terapia intensiva (UTI) do Hospital de Base com suspeita de traumatismo craniano, onde faleceu dias depois.
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