A pesquisa, pioneira no Brasil, recuperou o itinerário processual de vítimas e réus antes dos assassinatos
O livro traz seis artigos científicos publicados entre 2020 e 2022 em periódicos reconhecidos no meio acadêmico. Com as devidas permissões, eles foram republicados e estão disponíveis gratuitamente. O objetivo do estudo foi mapear os fatores de risco presentes nos feminicídios ocorridos no Distrito Federal em 2016 e 2017, de forma a contribuir para a construção de políticas públicas específicas.
A pesquisa, pioneira no Brasil, recuperou o itinerário processual de vítimas e réus antes dos crimes de feminicídio, além de informações sobre busca por atendimento de saúde e informações fornecidas por familiares. Foi demonstrado que houve violência prévia em todos os casos, ainda que apenas 23% das mulheres tivessem registrado ocorrência policial. Nas situações em que as medidas protetivas solicitadas foram indeferidas, há evidências de que as mulheres voltaram a sofrer violência, mas não tentaram realizar nova denúncia.
“O feminicídio é, por definição, um crime evitável. O ofensor avisa que irá matar. E, assim como as nuvens carregadas anunciam uma tempestade, também o machista violento atua aos poucos, deixando rastros que o Estado poderia e deveria reconhecer para evitar as mortes anunciadas”, afirma Thiago Pierobom.
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