Encontro tem objetivo de discutir possíveis efeitos negativos da tecnologia para a saúde mental e, especialmente, em crianças e adolescentes
O objetivo do encontro foi apresentar resultados de pesquisas de cunho acadêmico sobre impactos humanos e sociais da produção e uso das tecnologias de informação e comunicação relacionadas a saúde mental, saúde física, aprendizagem, segurança, ética, ambiente produtivo e trânsito. A iniciativa busca, inclusive, subsidiar o planejamento de políticas públicas para prevenção a riscos e efeitos nocivos do uso indevido das tecnologias digitais, especialmente por crianças e adolescentes.
Luciana Ásper ministrou, na manhã do dia 9, a palestra de abertura, “Integridade na Era Digital”. A promotora Karina Rocha participou, no mesmo dia, da mesa redonda "Direito, segurança digital e classificação indicativa", ocasião em que falou sobre condutas comissivas e omissivas dos pais na era digital e suas consequências jurídicas.
“A sociedade que sofre da degradação do ser em ter, postar, curtir e compartilhar, que, a sua vez, conduz a uma busca geral da opinião, baseada na importância da imagem, ainda que seja fruto da imaginação, reduz a concepção de vida feliz a momentos de visualização e, portanto, a sua própria negação. O grau e a quantidade de espetáculo da imagem há se convertido no ‘produto’ a comercializar, desejar e visualizar. Neste contexto, é preciso problematizar o papel da autoridade parental diante deste novo horizonte, com vistas a gerar resultados sociais satisfatórios às crianças e aos adolescentes, tendo a Doutrina da Proteção Integral como pilar”, opinou Karina Rocha.
“A aceleração da era digital precisa ser encarada também, de forma estratégica e intencional, sob todos os aspectos que ameaçam os direitos humanos fundamentais. O seminário foi valoroso para nos despertar quanto a importância de estarmos mais sensíveis em guardarmos nossa integridade física, mental e emocional de tantas ameaças diárias disfarçadas de normalidade. O fato é que toda nova tecnologia colocada à disposição do ser humano deveria chegar acompanhada de campanhas adequadas para gestão de riscos, especialmente quando estamos falando de crianças e adolescentes.”, ressaltou Luciana Asper.
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