Adolescentes integrantes do projeto debateram sobre políticas públicas de saúde mental

A promotora de justiça Luisa de Marillac e a assessora técnica das Promotorias da Infância e Juventude Márcia Caldas participaram, na quinta-feira, 23 de maio, do seminário “Reforma psiquiátrica no Brasil: desafios da institucionalização hoje”, promovido pela Frente Parlamentar Mista em Defesa da Reforma Psiquiátrica e da Luta Antimanicomial. Também participaram adolescentes atendidos e pesquisadores do projeto“Territórios da construção de si: processos de desinstitucionalização de jovens e adolescentes pela maioridade”, realizado em parceria do Ministério Público do DF e Territórios com a Fiocruz-Brasília.

Foram discutidos temas como o baixo financiamento das Redes de Atenção Psicossocial (RAPs) e os manicômios judiciários. A mesa de abertura, mediada pelo coordenador da Frente, deputado Pastor Henrique Vieira, abordou os “Desafios da desinstitucionalização no Brasil” e terminou com a exibição de um trecho do mini documentário “Morar em Liberdade e Juventude(s)”, produzido por adolescentes e jovens do projeto na 5ª Conferência Nacional de Saúde Mental.

Após a exibição, Luisa de Marillac e o adolescente Alekssandro de Souza falaram sobre a importância da participação direta de adolescentes e jovens nos espaços de construção de políticas públicas. A promotora contou sobre o projeto, a respeito das propostas pela melhoria de políticas públicas de saúde mental para crianças e adolescentes em serviços de acolhimento, e a trajetória histórica e inaugural de levar esses adolescentes e jovens a participar diretamente, como sujeitos de direitos, de Conferências distritais e nacionais, como a 3ª Conferência de Saúde Mental do Distrito Federal e Regiões, em 2022; a 17ª Conferência Nacional da Saúde e a 5ª Conferência Nacional de Saúde Mental, em 2023; e a 12ª Conferência Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente, em 2024.

“A luta é viva, é de todos os dias. Nós estamos aqui pra dizer que nós, (...) enquanto integrantes dessa pesquisa com a Fiocruz e com as meninas e meninos que participam dessa pesquisa, que são pesquisadores, (...) estamos dispostos a participar de todo movimento nacional para que as políticas de saúde mental para crianças e adolescentes sejam aperfeiçoadas, sejam sempre pensadas a partir da construção no território, do cuidado em liberdade no território”, frisou Luisa de Marillac. Alekssandro comentou sobre o trabalho do grupo, a respeito da importância de jovens, como ele, ocuparem aquele espaço e sobre a necessidade da discussão sobre saúde mental nesta população: “O que a gente está tentando buscar e reivindicar são nossos direitos em lugares importantes como esse.”

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