Segunda edição do Redescobrir visa promover entre os detentos uma reflexão sobre a vida e a possibilidade de mudança
As apresentações ocorreram no pátio da Papuda, na presença de cerca de 150 detentos. Outros 1.200 puderam assistir ao vivo pelas câmeras instaladas dentro das celas. O ator André Dias, roteirista e diretor do espetáculo, levou a atmosfera do tablado para o complexo penitenciário. Para ele, o projeto representa um “grande diferencial para o currículo de qualquer artista, porque leva a cultura para locais onde ela normalmente não chega”.
“Os roteiros e shows são criados especialmente para plateias absolutamente distintas, em regiões nas quais a aridez cultural impera. É um enorme privilégio e uma grande responsabilidade trazer a música e o teatro a um complexo penitenciário, e transformar o cotidiano tão duro desses indivíduos privados de suas liberdades individuais”, destacou. “A arte tem um poder curativo e transformador”, completou Dias.
O tema da edição foi escolhido pelos detentos e pelo Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT). Enquanto “liberdade” foi sugerida pelos internos da PDF II, “inclusão” foi indicado pelo MPDFT como forma de destacar o respeito a todas as religiões e gêneros, incluindo a população carcerária LGBTQIA+.
Redescobrir
Criado pela Promotoria de Justiça de Execuções Penais e institucionalizado em dezembro de 2023, o projeto busca contribuir para o processo de ressocialização dos internos. Ainda em fase piloto, a ideia é expandir a todas as outras unidades prisionais e chegar aos cerca de 16 mil encarcerados do Distrito Federal.
Para medir o nível de satisfação e os objetivos alcançados, serão realizadas pesquisas com os participantes. Entre os resultados esperados estão mudanças positivas na disciplina e nos relacionamentos interpessoais dentro do sistema.
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