Seu navegador nao suporta javascript, mas isso nao afetara sua navegacao nesta pagina MPDFT - Mobilidade do Eixão é destaque da solenidade dos cinco anos da Rede Urbanidade

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Evento reuniu  representantes de órgãos públicos, do meio acadêmico e da sociedade civil

A mobilidade no Eixão foi o tema central da solenidade que marcou os cinco anos da Rede Urbanidade, realizada nesta quinta-feira, 28 de novembro, no espaço Ágora, na sede do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT). Durante o evento, autores e colaboradores do recém-lançado livro “As Travessias do Eixão” participaram de uma roda de conversa sobre a realidade enfrentada por pedestres e motoristas nas vias de Brasília. O encontro reuniu representantes do Ministério Público, do governo local, do meio acadêmico e da sociedade civil.

A Rede de Promoção da Mobilidade Sustentável e do Transporte Coletivo (Rede Urbanidade) é uma iniciativa criada em 2019 pelo MPDFT, por meio da Promotoria de Justiça de Defesa da Ordem Urbanística (Prourb), em parceria com a sociedade civil organizada. O objetivo é promover a mobilidade sustentável e o transporte coletivo no Distrito Federal, funcionando como um espaço democrático para discussão, articulação e busca de soluções conjuntas para questões relacionadas à mobilidade urbana.

Segurança e mobilidade

Na abertura do evento, o promotor de justiça de defesa da ordem urbanística Dênio Augusto de Oliveira Moura destacou que as informações trazidas no livro fazem parte do “letramento da sociedade” sobre mobilidade urbana, em que a velocidade é uma das questões. Moura mencionou a Ação Civil Pública (ACP) ajuizada pelo MPDFT, que pretende a redução da velocidade máxima do Eixo Rodoviário de 80 km/h para 60 km/h, além de medidas para garantir a segurança de pedestres, ciclistas e pessoas com deficiência nas travessias do Eixão e dos Eixinhos. 

A velocidade no Eixão é o tema do capítulo “As Travessias do Eixão”, lançado em 5 de novembro. Na roda de conversa, Wilde Cardoso, organizador da obra, coordenador do Andar a Pé e membro do Conselho de Planejamento Territorial e Urbano do Distrito Federal (Conplan), comentou que, desde o início da construção do livro, em 2021, a obra já motivou vários debates envolvendo a prioridade e o uso dos modais de transporte em Brasília.

“Temos um tema muito local e específico, que é bastante representativo: Brasília é uma cidade voltada para o transporte individual em detrimento das pessoas - que consideramos ser o objeto principal da cidade”, pontuou Wilde Cardoso. “Carros são para locomoção e não devem ser demonizados, mas não podem ser priorizados sempre”, ponderou. 

Segundo Cardoso, o livro traz uma reflexão sobre o modelo urbanístico projetado por Lúcio Costa, e a “deterioração do uso” do Eixão ao longo do tempo. O professor da UnB e mestre em planejamento urbanístico Benny Schvarsberg destacou que o projeto foi a expressão de uma época em que a indústria automobilística era a força motora. “Hoje o mundo tem outras compreensões e as melhores experiências de cidade são voltadas para pedestres e ciclistas”, disse.

Benny também chamou atenção para o fato de que a maioria das pessoas que atravessam o Eixão não moram no Plano Piloto. “Em sua maioria, são mulheres, trabalhadoras, comerciárias, estudantes. Elas revelaram na pesquisa [para a elaboração do livro] que esse era o momento mais inseguro do dia. Essa resposta é muito reveladora sobre o que se tornou o eixo rodoviário”, pontuou. A iluminação pública do Eixão, bem como de outras vias de Brasília, também foram debatidos no evento sob a ótica da segurança dos pedestres.

A obra

"As Travessias do Eixão” reúne oito capítulos escritos por seis coautores e dois colaboradores, incluindo pesquisas, análises e proposições de especialistas em urbanismo de Brasília. Além de Cardoso e Schvarsberg, também estiveram presentes na cerimônia os autores Carlos Madson e Uirá Lourenço, e os colaboradores Paulo Cesar Marques e Nilton Silva, este último servidor da Secretaria de Comunicação do MPDFT.

A obra explora a origem das travessias no Eixo Rodoviário e traça o perfil do usuário que transita pelo local com base em uma pesquisa publicada em 2023 pela Associação Andar a Pé. Também discute a gestão institucional da rodovia, além de analisar dados do Departamento de Estradas e Rodagem (DER) a respeito dos impactos de uma possível redução de velocidade para 60km/h. Nos capítulos finais, são apresentadas alternativas para as passagens subterrâneas, conciliando sustentabilidade e segurança.

Presença

A cerimônia contou com a presença de autoridades, entre elas os promotores de justiça Laís Cerqueira, da Prourb, e Alexandre Sales, da Prodep, e o presidente da Companhia Energética de Brasília (CEB), Edson Garcia.

Os convidados foram recepcionados com uma apresentação de piano feita pela servidora Graziella Pires, da Subsecretaria de Projetos de Arquitetura (SPO). O encerramento do evento contou com a performance da professora de piano Claudiceia Barbosa.

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