Foram cumpridos sete mandados de busca e apreensão contra profissionais de saúde
O Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) e a Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) deflagraram, nesta quinta-feira, 10 de abril, a operação Toque de Midaz. O objetivo é investigar um grupo suspeito de formar um cartel no setor de anestesiologia do Distrito Federal por meio de uma cooperativa médica. Os trabalhos são conduzidos pela Promotoria de Justiça de Defesa do Consumidor (Prodecon) e pela Delegacia de Repressão ao Crime Organizado (Draco).
Foram cumpridos sete mandados de busca e apreensão contra os principais membros da cooperativa e médicos suspeitos de pressionar ilegalmente outros profissionais. Caso comprovada sua participação, os investigados poderão responder por crimes como organização criminosa, formação de cartel, constrangimento ilegal e lavagem de dinheiro.
A investigação apura se o grupo usava sua posição no mercado para prejudicar a livre concorrência. Isso incluiria pressionar e intimidar médicos anestesistas que não seguissem as regras da cooperativa com ameaças de descredenciamento ou expulsão. Suspeita-se que esse grupo organizado atue há anos no setor.
As práticas investigadas incluem impedir que novos médicos anestesistas trabalhem em hospitais importantes, negociar sozinhos os valores pagos pelos planos de saúde e ameaçar física e psicologicamente médicos que preferem trabalhar de forma independente da cooperativa. Essas ações, se confirmadas, caracterizariam a formação de cartel, o que prejudicaria a concorrência, os pacientes e a qualidade dos serviços de saúde tanto na rede particular quanto na pública.
O nome da operação faz referência a Midas, personagem ambicioso da mitologia grega, e ao medicamento Midazolam, usado em anestesias.
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