"Sei que não vou consertar o mundo, mas já estou satisfeito se puder melhorar a vida de alguém". É o pensamento que motiva o Promotor de Justiça Delson Luiz Bastos Ferro, no trabalho social que desenvolve junto às comunidades do Paranoá.
Ele realiza palestras para envolvidos em acidentes no trânsito, além de coordenar a arrecadação de livros jurídicos para escolas públicas da região.
As palestras reúnem motoristas que cometeram delitos de menor potencial ofensivo, ou seja, que se envolveram em acidentes de trânsito sem vítimas ou praticaram infrações consideradas simples. A oportunidade é oferecida como uma medida alternativa às penas previstas no Código Brasileiro de Trânsito para pequenas infrações.
Com o apoio de um psicólogo, o Promotor de Justiça Delson Ferro busca conscientizar os participantes sobre a importância da direção preventiva. "Educação para o trânsito é a melhor forma de evitar acidentes", defende. Após 24 anos atuando na área da justiça (12 anos como policial civil e depois membro do Ministério Público) ele diz que acredita na prevenção como o melhor meio para impedir a ocorrência de crimes.
Para plantar as sementes da conscientização, o Promotor de Justiça Delson Ferro iniciou, no ano de 2011, a arrecadação e distribuição de livros jurídicos para bibliotecas de escolas públicas das cidades do Paranoá. A iniciativa foi um sucesso e arrecadou mais de quatro mil livros que foram entregues a cinco instituições de ensino.
Essa campanha também engloba a realização de palestras nas escolas que recebem os livros, como parte do projeto "Diálogos entre Promotores de Justiça do Paranoá e a Comunidade Escolar". São oportunidades para falar com alunos e professores sobre noções de Direito, atuação do Ministério Público, do Judiciário e dos policiais civis e militares. Há ainda debates sobre temas como enfrentamento à violência e à pedofilia, o uso abusivo de álcool e drogas e trânsito seguro.
Para 2012, o Promotor de Justiça Delson Ferro promete conciliar esses projetos com novas iniciativas sociais. "Minha única dificuldade é a falta de tempo e de pessoal para ajudar na efetivação dessas ideias". Para facilitar o trabalho, ele sugere que a Administração Superior do MPDFT invista na formação de uma base de apoio para os membros que desenvolvem atividades extraprocessuais.
A Procuradora-Geral de Justiça do DF e Territórios, Eunice Carvalhido, garante que vai considerar a sugestão. "Aproximar o MPDFT do cidadão tem sido uma busca constante desta administração. Por isso apoiamos os trabalhos sociais liderados por Procuradores e Promotores de Justiça", reitera.