O MPDFT informa que todos os textos disponibilizados neste espaço são autorais e foram publicados em jornais e revistas.
Eles são a livre manifestação de pensamento de seus autores e não refletem, necessariamente, o posicionamento da Instituição.
Ivaldo Lemos Junior
Promotor de Justiça do MPDFT
A história está sendo constantemente reescrita. Livros publicados não têm como sofrer emendas se seus autores já tiverem morrido e, assim, a chance de serem corrigidos ou renegados. Mas, com o passar do tempo, novos valores vão sendo espontaneamente (ou não tanto assim) engendrados, de modo a modular a compreensão da atualidade e também a do passado, em um ajuste de contas retrospectivo. Obras importantes acabam perdendo vigor e surgem fissuras no panorama que Kuhn chamava de “paradigma”, repristi-nando trabalhos ignorados, esquecidos ou estigmatizados como marginais. Algo mudou: os fatos, as versões ou a tensão entre ambos.
Ivaldo Lemos Junior
Promotor de Justiça do MPDFT
No processo penal, o réu é interrogado para, de viva voz, responder às indagações que o juiz lhe fizer, dar a sua versão e, se quiser, defender-se. Esse “se quiser” talvez soe inusitado, mas é perfeitamente proposital, pois o réu pode abrir mão de fazê-lo (até mesmo surpreendendo seu defensor) se confessar o crime e, assim, se colocar ao lado da acusação, ou se ficar calado. Rigorosamente, esse silêncio não traduz concordância nem discordância e nada significa. Aliás, é importante discernir silêncios diferentes, mas isso fica para outra oportunidade.