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“Ninguém lê tolices impunemente” (Victor Hugo)
Shakespeare e Kepler foram dois grandes gênios que viveram na mesma época. Suas genitoras, Mary e Katharina, respectivamente, eram iletradas. A primeira, se tanto, teve instrução limitadíssima. A segunda, nem isso. Pode parecer irônico que a mãe do maior dramaturgo de todos os tempos não tenha lido nenhuma peça sua. E que a mãe de um gigante da matemática e da astronomia não tenha conseguido sequer ler as cartas do filho – ela tinha humildemente que pedir ajuda para terceiros –, muito menos seus livros.
Johannes Kepler nasceu em 1571, na Alemanha. Na época, tal país não era independente, e sim pertencia ao Sacro Império Romano, que englobava Áustria, Hungria, Eslováquia e República Tcheca. O território se fragmentava em diversos principados, ducados, condados e baronatos, com seus respectivos príncipes, duques, condes e barões. Cada qual determinava a forma de governo e a religião. Havia, ainda, as chamadas “freie Reichsstädte”, cidades livres, subordinadas ao soberano do império e não às autoridades locais. Weil der Stadt, onde Kepler nasceu, era uma delas.