Instituição contratada de forma simplificada receberia recursos e repassaria aos organizadores do evento
O Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) deflagrou, na manhã desta terça-feira, 12 de novembro, a Operação Transpasse. Com apoio do Departamento de Combate à Corrupção e ao Crime Organizado (Decor) e do Gaeco-GO, foram cumpridos 21 mandados de busca e apreensão em endereços no Distrito Federal e em Goiânia, expedidos pela 6ª Vara Criminal de Brasília.
As investigações do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) revelaram suspeitas de irregularidades no uso de recursos públicos destinados à 28ª Expotchê. O Instituto de Desenvolvimento Humano, Empreendedorismo, Inovação e Assistência Social (Idheias Brasil) foi contratado pela Secretaria de Turismo com verbas destinadas pela Câmara Legislativa.
A Operação Transpasse foi possível graças ao compartilhamento de provas da Operação Tenebris, realizada em 2022, e admitido pelo Superior Tribunal de Justiça. As investigações indicam que o Instituto Idheias Brasil apresentou um projeto para realizar a Expotchê com o objetivo de obter ganhos ilícitos com o uso de dinheiro público.
Por ser uma organização da sociedade civil, o Instituto Idheias Brasil pôde ser contratado de forma simplificada pelo Poder Público, sem a realização de licitação. A organização receberia os recursos estatais e, depois, repassaria os valores aos organizadores do evento por meio de pessoas jurídicas “testa-de-ferro”.
Não há suspeitas de envolvimento de parlamentares distritais no esquema ilícito. As investigações continuam.