O projeto Redescobrir, do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT), transformou a rotina da Penitenciária do Distrito Federal II (PDF II) na tarde desta sexta-feira, 2 de fevereiro. Um espetáculo artístico e musical foi apresentado para cerca de 1.200 internos da unidade: 230 tiveram a oportunidade de assistir presencialmente e os demais por meio do circuito interno de televisão.
Vestidos de branco para promover empatia e identificação, os artistas conseguiram envolver e encantar a plateia, que cantou junto, aplaudiu e se emocionou. O grupo de músicos e atores escolheu cada uma das canções e poesias, todas com mensagens sobre lutas, transformação e superação. A canção que encerrou o espetáculo e dá nome ao projeto, Redescobrir, foi escrita por Gonzaguinha.
Para a promotora de justiça Andréa Chaves, o título da música fala muito sobre o propósito do projeto, que é possibilitar uma nova maneira de enxergar a vida e descobrir que existem outros caminhos, diferentes dos que foram escolhidos anteriormente pelos apenados. A arte é tudo. Ela permite que as pessoas entendam que podem fazer novas escolhas de vida após o cárcere. É um instrumento maravilhoso para a ressocialização”, afirmou.
A promotora de Justiça Vanessa de Souza Farias, do Núcleo de Controle e Fiscalização do Sistema Prisional (Nupri), também participou do evento. “O Projeto Redescobrir tem um papel muito importante, porque a cultura, a música e a arte têm este poder de sensibilizar as pessoas, principalmente em condições tão desafiadoras quanto as do sistema prisional”, avaliou.
O diretor-geral da PDF II, Marcelo Praxedes, elogiou a iniciativa do Ministério Público e acredita que mais deve ser feito pelo bem estar psicológico dos presos. “As pessoas privadas de liberdade também sofrem de privação psicológica. Nós sabemos dos danos à saúde mental que a prisão acarreta, é algo que nós precisamos trabalhar mais. Um dos mecanismos para isso é a arte, como o Projeto Redescobrir”, afirmou.
Reações
Iniciativa
Idealizado pela Promotoria de Justiça de Execuções Penais e institucionalizado pelo MPDFT em dezembro de 2023, o projeto busca contribuir para o processo de ressocialização dos internos. Ainda em fase piloto, a ideia é expandir a todas as outras unidades prisionais e chegar aos cerca de 16 mil encarcerados do Distrito Federal.
Para maior efetividade da ação, as letras das músicas foram trabalhadas com os internos da unidade desde o início da semana, em parceria com a administração da unidade prisional. Para medir o nível de satisfação e os objetivos alcançados, serão realizadas pesquisas com os participantes. Entre os resultados esperados, estão mudanças positivas na disciplina e nos relacionamentos interpessoais dentro do sistema.Secretaria de Comunicação
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