Nesta quinta-feira, 18 de julho, a Rede Elas de Enfrentamento à Violência contra as Mulheres, do Gama e de Santa Maria, realizou capacitação para seus integrantes com o tema “Diálogos: sobre Gênero e Interseccionalidade”. O objetivo foi fomentar discussão a respeito das questões relacionadas a gênero, raça e classe, em menção ao dia da Mulher Negra Latino-americana e Caribenha, celebrado na próxima quinta-feira, 25 de julho, sendo a data um símbolo da resistência das mulheres negras.
Na ocasião, foram ministradas palestras sobre Interseccionalidade de gênero, raça e classe, por Loyde Cardoso, educadora social da Sedes/GDF e doutoranda em Literatura e Práticas Sociais, pela UnB; e sobre Gênero e Masculinidades, por Victor dos Santos Valadares, psicólogo do Nafavd/GDF e doutorando em Psicologia Clínica e Cultura, pela UnB.
O intuito do evento foi fomentar o conhecimento técnico dos integrantes da Rede para promover uma sensibilização e capacidade na execução de políticas públicas que visem o bem estar e a proteção de mulheres negras. De acordo com dados do Instituto de Pesquisa e Estatística Aplicada (Ipea), 67% das vítimas de feminicídio são negras. As questões de gênero, com atenção especial para bases de masculinidades que operam as mais diversas violências, também foi um dos temas abordados no treinamento.
Para a promotora de justiça Vyvyany de Azevedo Goulart, encontros como esse são de grande importância para a comunidade, pois viabilizam uma maior qualificação de profissionais que lidam diretamente com questões bastante sensíveis: “Mais que promover reflexão, a capacitação buscou gerar conhecimento para a efetiva execução de ações que promovam um maior acolhimento e proteção das mulheres alcançadas pela Rede Elas”.
A capacitação contou com oficinas para construção de estratégias de disseminação de conteúdos. Foram desenvolvidas diretrizes gerais para levar conhecimento sobre violência contra às mulheres para diversos públicos, como professores da rede pública de ensino, estudantes adolescentes e policiais civis que atendem mulheres. A ideia é que essas diretrizes sejam aprofundadas em próximos encontros a fim de que sejam produzidos materiais didáticos capazes de instrumentalizar os integrantes da rede para levar informação à comunidade.
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