Seu navegador nao suporta javascript, mas isso nao afetara sua navegacao nesta pagina MPDFT - MPDFT inicia projeto inédito com internas da Penitenciária Feminina

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Iniciativa promove oficinas de escrita e memória autobiográfica com internas da PFDF, fortalecendo autoestima e vínculos sociais

“Cada uma de nós compõe a sua história. E cada ser em si carrega o dom de ser capaz, de ser feliz.” O verso da canção Tocando em Frente, entoado no encerramento da primeira atividade, sintetizou o propósito do projeto (Re)Escrevendo Vidas: Vozes Femininas no Cárcere, lançado nesta terça-feira, 9 de setembro, na Penitenciária Feminina do Distrito Federal (PFDF).

A iniciativa, conduzida pelo Núcleo de Controle e Fiscalização do Sistema Prisional (Nupri) em parceria com a PFDF e o Centro Educacional (CED) 1, busca oferecer às internas oficinas de escrita e memória autobiográfica. O objetivo é criar um espaço de escuta qualificada e reflexão, fortalecendo autoestima e vínculos sociais, além de garantir visibilidade às narrativas femininas produzidas no ambiente prisional.

Durante o encontro inaugural, a equipe apresentou a proposta, os livros que servirão de inspiração e as etapas previstas até a conclusão do projeto, quando será lançada uma coletânea de textos produzidos pelas participantes, em formato digital e impresso. Entre as obras trabalhadas estão “Em busca de mim” (Viola Davis), “A sapatilha que mudou meu mundo” (Ingrid Silva) e “Quarto de despejo” (Carolina Maria de Jesus). Os encontros ocorrerão semanalmente ao longo dos meses de setembro e outubro.

Histórias de reconciliação: um encontro marcado pelo perdão

Logo na primeira atividade de escrita, uma das participantes compartilhou uma experiência que emocionou o grupo. A fotografia registrada durante a dinâmica mostra mãe e filha sentadas lado a lado, cada uma com um livro em mãos. A imagem, aparentemente simples, simboliza uma trajetória marcada por separação, ressentimento e, mais recentemente, reconciliação.

No passado, a mãe, então dependente química, entregou a filha ainda pequena para ser criada por outra família. Longe do convívio materno, a jovem cresceu nutrindo raiva e incompreensão diante da escolha que, para ela, representava a troca do amor pelas drogas. O reencontro aconteceu anos depois, já no presídio. Inicialmente marcado pela rejeição, o convívio e o exercício da escrita abriram espaço para o diálogo e, com o tempo, para o perdão. Hoje, mãe e filha relatam apoiar-se mutuamente nas adversidades do cárcere.

Escuta ativa

A iniciativa tem como proposta central desenvolver um espaço de expressão e ressignificação das experiências de vida no cárcere, por meio da reconstrução da identidade, da valorização das trajetórias pessoais e da escuta institucional qualificada. 

A diretora da PFDF, Kamila Mendonça, ressaltou a importância da parceria e dos impactos positivos esperados: “Toda ação que contribui para a ressocialização tem um valor imensurável. Projetos como este ampliam horizontes, fortalecem vínculos e mostram que a educação e a cultura são caminhos concretos para a reintegração social.”

Serão várias etapas previstas até a fase final do projeto, quando ocorrerá a publicação da coletânea de textos produzidos pelas participantes,  em formato digital e impresso. A ideia é garantir visibilidade às narrativas femininas e incentivar novos olhares sobre o sistema prisional através de um ambiente seguro e transformador para escuta qualificada. 

“Iniciamos esse projeto com o intuito de fortalecer vínculos familiares e sociais, prevenir a reincidência criminal e ampliar alternativas de reintegração. Trata-se de uma proposta inédita no âmbito do Ministério Público brasileiro, com potencial de ser replicada em outros estados”, reitera o promotor de justiça Pedro Luna. 

A coordenadora do Nupri, promotora de justiça Raquel Tiveron, destaca, ainda, a relevância do projeto como ferramenta de transformação social: "Dar início a este ciclo de oficinas é abrir caminhos para que vozes antes silenciadas se expressem com autenticidade. Projetos como este reafirmam o compromisso do Ministério Público com a dignidade humana, por meio do reconhecimento da história de cada uma dessas mulheres. Histórias que não se limitam aos rótulos sociais, mas revelam trajetórias de força, identidade e reconstrução”, completa.

Secretaria de Comunicação
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