O MPDFT informa que todos os textos disponibilizados neste espaço são autorais e foram publicados em jornais e revistas.
Eles são a livre manifestação de pensamento de seus autores e não refletem, necessariamente, o posicionamento da Instituição.
Raoni Maciel
Promotor de Justiça do MPDFT
A Lei que tipificou o feminicídio ganhou vigor em março de 2015. Passados mais de quatro anos, a impressão geral é de que os números dos feminicídios não param de crescer. Esta semana os meios de comunicação contabilizaram o 17º caso de feminicídio de 2019 no Distrito Federal. Ainda que a contagem nos jornais seja feita com base em apurações preliminares, ela é corroborada pelo incremento substancial no número de ações penais propostas pelo Ministério Público desde 2015, quando foram seis denúncias, até 2018, com 19 denúncias por feminicídio consumado.
Ivaldo Lemos Junior
Promotor de Justiça do MPDFT
Audiência judicial é um ato processual com uma característica peculiar: a presença, em carne em osso, do profissional forense. Ali ele se expõe por inteiro, mostra sua postura corporal, seu olhar, seu tom de voz, seu sotaque, sua gesticulação. Revela se é pontual, se é cordato, se é grosseiro, se é bem-humorado, se tem bom gosto para roupas. Se é caprichoso, objetivo, econômico, preguiçoso, irônico ou mentiroso. Se tem estofo cultural e se se preparou para as inquirições ou se fica falando besteira, resmungando e achando que está fazendo um favor para a humanidade (da minha parte, gosto de pensar nas pessoas que gostariam de estar no meu lugar, imagino que sejam muitas, quem sabe milhares, e aí qualquer vontade de murmurar desaparece).