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Ivaldo Lemos Junior
Promotor de Justiça do MPDFT
Por mais complexas que sejam, as relações de poder político podem ser reduzidas até se chegar a um formato triangular, como se depreende de Chimpanzee Politics, de Frans de Waal. Exame laboratoriais mentais quase sempre revelam estrutura composta por alfa (chefe), beta (auxiliar do chefe) e gama (quer tomar o lugar o chefe). Os demais integrantes do grupo compõem a massa, sem destaque ou com algum destaque que aparece de repente, talvez de maneira fulminante.
Ivaldo Lemos Junior
Promotor de Justiça do MPDFT
1 - Se alguém disser que “felicidade é um direito”, pergunte: que tipo de direito? Subjetivo ou potestativo? Se a pessoa nunca tiver ouvido falar nisso (o assunto remonta a uma célebre discussão jurídica travada em meados do século 19), é melhor encerrar a conversa. O leigo tem uma noção do que significa “ter direito”, que é, basicamente, “estar na lei”. Essa noção não está errada, mas incompleta. O estudioso sabe que a coisa é muito mais complexa. Quem quiser compreender melhor tudo isso pode ler o trabalho acadêmico intitulado “A estrutura estática e a dinâmica do direito subjetivo”, do advogado Gustavo Lima Braga. Por ora, digo apenas o seguinte: se soubesse que felicidade era um direito, eu teria processado a Ana Paula Arósio para se casar comigo, uns 25 anos atrás. Agora não quero mais. Nas entranhas do meu coração, esse direito caducou.