Com a decisão, os denunciados tornam-se réus e responderão por todos os crimes indicados pelo MPDFT
O Tribunal do Júri de Planaltina recebeu, nesta terça-feira, 7 de fevereiro, a denuncia contra os cinco envolvidos no assassinato de dez pessoas da mesma família. Com a decisão, Gideon Batista de Menezes, Horácio Carlos Ferreira Barbosa, Carlomam dos Santos Nogueira, Fabrício Silva Canhedo e Carlos Henrique Alves da Silva passam a ser réus no processo e respondem por todos os crimes indicados pela Promotoria de Justiça.
A denúncia, oferecida em 2 de fevereiro, é resultado do trabalho de uma força-tarefa organizada pelo Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) para atuar no caso, que ficou conhecido como “a chacina do DF”. De acordo com os promotores de Justiça, os réus cometeram mais de 100 crimes e, caso sejam condenados, a pena somada pode chegar a 385 anos de reclusão.
Confira os crimes pelos quais cada um dos réus responde:
Gideon Batista de Menezes: homicídio triplamente qualificado (emprego de meio cruel, uso de recurso que dificultou a defesa da vítima e intenção de obter impunidade para outro crime), homicídio duplamente qualificado (uso de recurso que dificultou a defesa da vítima e intenção de obter impunidade para outro crime), ocultação e destruição de cadáver, corrupção de menores, sequestro e cárcere privado, extorsão mediante sequestro, constrangimento ilegal com uso de arma, associação criminosa e roubo.
Horácio Carlos Ferreira Barbosa: homicídio quadruplamente qualificado (emprego de meio cruel, uso de recurso que dificultou a defesa da vítima, intenção de obter impunidade para outro crime e vítima menor de 14 anos), homicídio triplamente qualificado (emprego de meio cruel, uso de recurso que dificultou a defesa da vítima e intenção de obter impunidade para outro crime), homicídio duplamente qualificado (uso de recurso que dificultou a defesa da vítima e intenção de obter impunidade para outro crime), ocultação e destruição de cadáver, corrupção de menores, extorsão mediante sequestro, sequestro e cárcere privado, constrangimento ilegal com uso de arma, associação criminosa, roubo e fraude processual.
Carlomam dos Santos Nogueira: homicídio quadruplamente qualificado (uso de recurso que dificultou a defesa da vítima, intenção de obter impunidade para outro crime e vítima menor de 14 anos), homicídio triplamente qualificado (emprego de meio cruel, uso de recurso que dificultou a defesa da vítima e intenção de obter impunidade para outro crime), extorsão mediante sequestro, corrupção de menor, ocultação e destruição de cadáver, sequestro e cárcere privado, ameaça com uso de arma, associação criminosa, constrangimento ilegal com uso de arma e roubo.
Carlos Henrique Alves da Silva: homicídio duplamente qualificado (recurso que dificultou a defesa da vítima e intenção de obter impunidade para outro crime) e sequestro e cárcere privado.
Fabrício Silva Canhedo: extorsão mediante sequestro, associação criminosa, roubo e fraude processual.
Entenda o caso
As investigações demonstraram que Gideon, Horácio, Fabrício e Carlomam se associaram para tomar a chácara Quilombo, no Itapoã, que estava sob a posse de Marcos Antônio Lopes de Oliveira. Também era parte do plano subtrair valores em dinheiro da família de Marcos. Para isso, o plano inicial era matá-lo e sequestrar pessoas de sua família.
Em 27 de dezembro, Gideon, Horácio e Carloman, acompanhados de um adolescente, foram à residência de Marcos, onde também estavam sua esposa, Renata Juliene Belchior, e sua filha, Gabriela Belchior de Oliveira. Marcos foi atingido por um tiro e as duas mulheres foram rendidas. Os criminosos subtraíram a quantia aproximada de R$ 49,5 mil que estava no local e pertenceria a Marcos.
As três vítimas foram levadas para um cativeiro preparado na região do Vale do Sol, em Planaltina. No local, Marcos foi assassinado por Gideon e Horácio. Com a ajuda de Carloman e do adolescente, o corpo foi enterrado no mesmo terreno. As mulheres permaneceram no cativeiro.
Na manhã do dia 28 de dezembro, Fabrício assumiu a vigilância do cativeiro. O adolescente, por motivo desconhecido, fugiu do local. As vítimas foram ameaçadas para que fornecessem as senhas de seus celulares e de contas bancárias. Com isso, o grupo começou a se passar pelas vítimas e puderam monitorar os passos de Cláudia da Rocha Marques e Ana Beatriz Marques de Oliveira, respectivamente, ex-esposa e filha de Marcos. O objetivo era atraí-las para uma emboscada e subtrair R$ 200 mil referentes à venda de um lote
Entre os dias 2 e 4 de janeiro, Gideon, Horácio e Carloman foram à casa das duas. Elas foram rendidas, amarradas e levadas para o cativeiro onde já estavam Renata e Gabriela. As duas também foram ameaçadas para fornecer as senhas dos celulares e de contas bancárias.
O acesso aos telefones das duas mulheres levou o trio a acreditar que Thiago Gabriel Belchior de Oliveira, filho de Marcos e Renata, poderia atrapalhar seus planos. Por esse motivo, decidiram matá-lo. Em 12 de janeiro, por meio dos celulares das vítimas, ele foi atraído à Chácara Quilombo. No local, Thiago foi rendido por Carloman e Carlos Henrique, enquanto Horácio fingia também ser vítima da abordagem. O homem foi levado ao cativeiro onde estavam as quatro mulheres.
Como havia feito antes, o grupo ameaçou Thiago para obter a senha de seu celular. Com acesso ao aparelho, começaram a fazer contato com Elizamar, esposa de Thiago, com a intenção de também matá-la. Eles atraíram a mulher, junto com os três filhos pequenos, à Chácara Quilombo. Quando chegou, ela e as crianças foram rendidas e amarradas. Os quatros foram levados a Cristalina (GO), onde foram estrangulados até a morte. Os corpos foram incinerados dentro do carro de Elizamar.
De volta ao cativeiro, Gideon, Horácio e Carloman decidiram matar as demais vítimas para garantir que os outros crimes não fossem descobertos. Em 14 de janeiro, Renata e Gabriela foram levadas até Unaí (MG), onde foram estranguladas até a morte e tiveram seus corpos queimados. Depois desse duplo assassinato, Fabrício aparentemente se desentendeu com Gideon, Horácio e Carloman e abandonou a empreitada.
No dia seguinte, Gideon determinou que os outros dois matassem Claudia, Ana Beatriz e Thiago. Os três foram levados a uma cisterna próxima ao cativeiro e executados a golpes de faca. Os corpos foram escondidos na cisterna. Fabrício e Horácio voltaram ao cativeiro e atearam fogo a objetos das vítimas com o objetivo de atrapalhar as investigações.
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