Seu navegador nao suporta javascript, mas isso nao afetara sua navegacao nesta pagina MPDFT - Rede Urbanidade debate participação da sociedade civil na política de mobilidade urbana

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Participantes também trataram da necessidade de readequação das velocidades nas vias do DF e de priorização do transporte público coletivo e dos modos não motorizados de deslocamento

rede urbanidadeA Rede Urbanidade reuniu-se, nesta terça-feira, 28 de março, com representantes da Secretaria de Transporte e Mobilidade (Semob), do Departamento de Estradas de Rodagem (DER-DF), do Departamento de Trânsito (Detran-DF) e da Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF) para discutir a participação da sociedade civil na elaboração e implementação de políticas públicas para a mobilidade do Distrito Federal.

O promotor de Justiça da 1ª Promotoria de Justiça de Defesa da Ordem Urbanística (Prourb), Dênio Augusto de Oliveira Moura, iniciou o encontro fazendo uma reflexão. “Temos que decidir, sociedade e poder público, que tipo de cidade queremos construir e quais meios de deslocamento deverão ser priorizados. Se pretendemos criar espaços mais acolhedores para ciclistas, pedestres e pessoas com mobilidade reduzida ou se continuaremos investindo no automóvel como principal meio de transporte”, destacou.

O Comitê de Mobilidade Urbana foi um dos pontos mais debatidos no encontro. Ele foi criado pela Lei nº 5.632/2016 e regulamentado pelo Decreto nº 38.575/2017, mas ainda não foi implementado pelo Governo do Distrito Federal. Há ainda o Decreto nº 36.772/2015, que institui o Sistema de Participação Popular da Mobilidade no âmbito do Distrito Federal e cria o Conselho de Mobilidade do Distrito Federal, os Conselhos Regionais de Mobilidade, o Observatório de Mobilidade do Distrito Federal e o Sistema de Informações de Mobilidade.

A implementação desses mecanismos de gestão democrática, preconizados pela Lei Federal nº 12.587/2012, que instituiu a Política Nacional de Mobilidade Urbana, ampliaria as possibilidades de participação da sociedade no planejamento, fiscalização e avaliação da política local de mobilidade, como, por exemplo, na revisão do Plano Diretor de Transporte Urbano (PDTU) e nas discussões sobre a readequação da velocidade nas vias, a melhoria do sistema cicloviário, das calçadas e do transporte público coletivo.

Em relação aos automóveis, os integrantes da Rede Urbanidade manifestaram preocupação quanto ao fato de que a velocidade continua sendo a principal causa de mortes no trânsito e de que as intervenções no sistema viário nem sempre contemplam as necessidades dos pedestres, ciclistas e pessoas com deficiência. Também destacaram a importância da implantação de mais faixas exclusivas para garantir fluidez ao transporte público.

Para a representante da União dos Ciclistas do Brasil, Ana Carboni, “é fundamental que a sociedade civil tenha um papel consultivo, mas também deliberativo. É preciso ter uma mudança de paradigma para a inclusão da mobilidade ativa. A cidade precisa incluir, é preciso ter espaço para todos”. A representante do Rodas da paz, Renata Aragão, enfatizou que “a participação da sociedade eleva a probabilidade de acerto nas decisões”.

52777947403 a370bd48ba oA promotora de Justiça Isabel Falcão, da Promotoria de Justiça da Pessoa com Deficiência (Proped), ressaltou que “sem acessibilidade, uma pessoa com deficiência não consegue exercer o direito de ir e vir. Não tem como falar de políticas públicas sem falar em acessibilidade para todos. Qualquer política sobre pessoas com deficiência deve envolvê-las nas discussões. São elas que conhecem as dificuldades”. Ela acrescentou que “temos a necessidade real da participação da sociedade na construção, na implementação e na fiscalização das políticas de mobilidade urbana”.

O secretário de Mobilidade e Transporte, Valter Casimiro, propôs a implementação do Comitê de Mobilidade Urbana ainda no primeiro semestre deste ano. Antes disso, acolheu a proposta de realizar reuniões com representantes da Rede Urbanidade para discutir a ampliação da participação da sociedade civil no referido Comitê, já que o decreto prevê apenas dois representantes. Concordou igualmente em realizar encontros para discutir a política de mobilidade ativa e o transporte público coletivo, salientando que, em relação a este último, já vinha mantendo tratativas com outras áreas do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT), como a Procuradoria Distrital dos Direitos do Cidadão (PDDC) e a Promotoria de Justiça de Defesa do Patrimônio Público e Social (Prodep).

O Detran-DF e o DER-DF manifestaram interesse em receber as demandas da sociedade civil para enriquecer os estudos que já estão sendo feitos sobre os assuntos tratados na reunião. Também se propuseram a receber representantes da Rede para aprofundamento das discussões sobre a readequação das velocidades. O diretor-geral do DER-DF, Fauzi Nacfur Junior, ressaltou que “há técnicos e especialistas trabalhando para melhorar o sistema viário no DF, mas ter a participação da sociedade civil, que sabe quais são os reais problemas, agrega às melhorias”.

Ao final do encontro, o representante do Movimento Cicloviaativa, James Soares, entregou ao Detran- DF e ao DER-DF uma proposta para tornar a região da Vila Planalto mais segura e acessível para ciclistas e pedestres. Segundo James, o documento tem o objetivo de auxiliar as possíveis alterações nas vias do local.

Iniciativa

A Rede de Promoção da Mobilidade Sustentável e do Transporte Coletivo (Rede Urbanidade), criada em novembro de 2019, é uma iniciativa da Promotoria de Justiça de Defesa da Ordem Urbanística (Prourb) em parceria com estudiosos e representantes de associações e entidades que se dedicam à causa da mobilidade. O grupo tem como objetivo assegurar a participação efetiva da sociedade na elaboração, na implementação e na fiscalização da política local de mobilidade urbana. Além disso, pretende ser um espaço democrático de articulação, discussão e busca de soluções para os desafios existentes nessa área, na perspectiva do desenvolvimento sustentável.

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