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Ivaldo Lemos Junior
Promotor de Justiça do MPDFT
Ramiro Bastos tinha um macho- gama antes do surgimento de Mundinho Falcão: o Capitão. Tratava- se de um adversário anódino. Tinha paixão pela política e nutria desejo de mando, “mas não era fazendeiro, não tinha dinheiro para gast ar ”, nas palavras desanimadoras de Jorge Amado, no romance “Gabrie - la ”. Não dispunha de poder de articulação para a derrubada do macho- alfa, cuja visão administrativa estava enferrujada, malgrado ainda contasse com o apoio maciço do coronelato local.
Ivaldo Lemos Junior
Promotor de Justiça do MPDFT
De início, Dr. Mundinho Falcão e coronel Ramiro Bastos tratavam-se com cordialidade e protestos de amizade, como recomendava a etiqueta dos homens públicos poderosos. Mas este vislumbrava naquele um inimigo. Acusava-o abertamente de “forasteiro”, de estar se metendo onde não era chamado. Muito o desagradava o fato de não lhe fazer “bobbing”, ou seja, não se humilhar diante de sua autoridade constituída. Ao contrário, Mundinho começou a executar uma série de coisas à revelia da vontade e até do conhecimento prévio do rival.