O MPDFT informa que todos os textos disponibilizados neste espaço são autorais e foram publicados em jornais e revistas.
Eles são a livre manifestação de pensamento de seus autores e não refletem, necessariamente, o posicionamento da Instituição.
Danielle Martins Silva Aceiro
Promotora de Justiça Adjunta do Ministério Público do DF
É na esfera doméstica, no espaço da intimidade, que reside a maior dificuldade no reconhecimento de atos de violência. Em uma situação de proximidade, dependência (econômica e/ou emocional) e convivência, a violação aos direitos humanos das mulheres nem sempre é compreendida como ato de violência, não apenas por se encontrar disseminada no cotidiano ao invés de ser praticada por um estranho, como também em virtude de certos comportamentos serem considerados normais na vida de um casal, eis que sua ocorrência resta assentada no senso comum social como algo corriqueiro e sem importância.
Maria José Miranda Pereira
Promotora de Justiça do Distrito Federal
O título acima é propositadamente cômico. Imagine que abaixo dele houvesse um artigo desse conceituado jornal lamentando que a morte atinja sobretudo os ladrões menos abastados, vez que os de sofisticadas quadrilhas, a exemplo dos navalheiros, mensaleiros, sempre conseguem escapar da condenação criminal. Com a liberdade que a Justiça tão agilmente lhes concede, podem usufruir a fortuna surrupiada e destruir provas do crime. Imagine ainda que houvesse estatísticas de quantos ladrões pobres morrem por roubar em “condições inseguras”. E, chegando ao cúmulo, imagine que o articulista propusesse a legalização do furto como solução para promover a isonomia entre ricos e pobres, e para acabar com a injusta morte dos larápios menos favorecidos.