Jovens apresentaram atividades de intervenção cultural e participaram de diálogos reflexivos sobre temas relacionados a saúde e políticas públicas
Um grupo de adolescentes do projeto “Territórios da construção de si: processos de desinstitucionalização de jovens e adolescentes pela maioridade” participa, entre 2 e 5 de julho, da 17ª Conferência Nacional de Saúde. O projeto é uma parceria do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT), por meio da Promotoria de Justiça da Defesa da Infância e da Juventude, e da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).
Na última semana, como preparação para o evento, os jovens participaram de oficinas virtuais e de um ensaio presencial refletindo sobre o direito à saúde, a participação social e a agenda de políticas públicas para juventude. Com o tema “Se o amanhã vai ser outro dia, hoje o que é?”, e acompanhados de mediadores da Fiocruz e do MPDFT, o grupo participa da conferência com duas atividades de intervenção cultural: sarau poético com exposição de colagens e poesias produzidas por eles e diálogos em forma de reportagem.
Segundo a Fiocruz, “a proposta de intervenção cultural e ciência cidadã com protagonismo dos adolescentes promove diálogo direto com a conferência em seu tema principal ‘Garantir Direitos e Defender o SUS, a Vida e a Democracia – Amanhã vai ser outro dia’ por meio do eixo temático ‘O Brasil que temos. O Brasil que queremos’, pois estimula, reflete e amplifica a voz dos adolescentes nas políticas públicas de saúde e direitos humanos”.
Cerca de 50 adolescentes e jovens acolhidos têm participado de atividades culturais de ciência cidadã e rodas de conversa sobre trabalho e futuro. Para a promotora de justiça de defesa da infância e juventude Luisa de Marillac, "a participação dos adolescentes acolhidos na Conferência Nacional de Saúde, por meio do projeto da Promotoria em parceria com a Fiocruz, materializa uma importante experiência de cidadania, uma vivência democrática e a oportunidade de expressão de cada uma e cada um em ambiente de construção coletiva de políticas públicas. É um sopro do protagonismo que podem assumir em suas vidas e na sociedade”, afirmou.
Territórios da construção de si
Desde 2021, a Fiocruz Brasília e a Promotoria de Defesa da Infância e Juventude desenvolvem o projeto junto aos serviços de acolhimento do Distrito Federal. Trata-se de uma pesquisa-ação que o Núcleo de Saúde Mental, Álcool e Outras Drogas (Nusmad) concebeu com o MPDFT visando o desenvolvimento de ações inovadoras que privilegiam a construção da autonomia, a ampliação das trocas sociais e a garantia de acesso a direitos básicos e fundamentais, como saúde, moradia, educação, trabalho e renda a adolescentes e jovens acolhidos.
Por meio de parcerias com outras instituições, os jovens participaram de atividades para ajudar no restabelecimento de sua autonomia, cidadania e dignidade. Entre março e maio deste ano, junto com a associação Movimento Lazer, Esporte e Cultura (Molec), sete abrigos do Distrito Federal participaram da ação “Cartografia dos sonhos: oficinas expressivas de promoção da saúde, cultura e direitos humanos”, com atividades arte-educativas mediadas por um grupo multidisciplinar de pesquisadores. Cerca de 70 adolescentes e jovens, entre 14 e 18 anos, participaram e puderam compartilhar ideias, sentimentos, visões de mundo e emoções.
Em junho, o projeto abordou possibilidades e expectativas de formação para o trabalho e autonomia, em parceria com o Projeto Interdisciplinar em Saúde Mental (Prisme), do UniCeub. Acompanhados pela coordenadora do projeto Fernanda Severo, por equipe de pesquisa multidisciplinar da Fiocruz e por Márcia Caldas, assessora técnica da Promotoria de Defesa da Infância e Juventude, cerca de 50 adolescentes e jovens acolhidos participaram de atividades culturais de ciência cidadã e rodas de conversa sobre trabalho e perspectivas de futuro.