Com apresentações culturais, desfile de Heróis NaMoral e premiação da Gincana da Integridade, evento do MPDFT reuniu 72 escolas no Hípica Hall e encerrou o ano letivo celebrando valores, cidadania e educação para a integridade
Quando foi a última vez que você saiu de um evento com a sensação de que dava para acreditar um pouco mais no futuro? Foi exatamente isso que o “Celebra NaMoral”, do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) em parceria com a Secretaria de Educação do DF, provocou em quem participou: um misto de orgulho, esperança e a certeza de que vale a pena investir em valores, diálogo e formação cidadã.
Realizado nos dias 26 e 27 de novembro, o evento marcou o encerramento das atividades anuais do programa e colocou no centro do palco aquilo que ele tem de mais valioso: as histórias de transformação vividas dentro das escolas. Ao longo dos dois dias, cerca de 3,5 mil estudantes e educadores de 72 instituições se reuniram no Hípica Hall para uma programação intensa, na qual puderam mostrar, na prática, os frutos do trabalho com a educação para a integridade.
As apresentações culturais protagonizadas pelos alunos deram o tom da festa. Ginástica rítmica, carimbó, samba de roda, quadrilha, música e cenas de O Auto da Compadecida dialogaram com o tema “Brasilidades” e traduziram valores como respeito, solidariedade, justiça e senso de comunidade.
As escolas também levaram ao palco os “Heróis NaMoral”: personagens reais do cotidiano escolar — professores, familiares, funcionários, líderes comunitários ou alunos — cujas atitudes éticas inspiram suas comunidades. Ao apresentá-los, as turmas reforçaram que integridade não está apenas nos discursos, mas nas escolhas concretas de cada dia.
A abertura do Celebra NaMoral 2025 contou com uma mesa composta por autoridades de diferentes áreas, reforçando o caráter interinstitucional do programa. Participaram o chefe de Gabinete do MPDFT, promotor de justiça Nísio Tostes; o secretário executivo da Secretaria de Educação do DF, Isaías Aparecido; o presidente da Câmara Legislativa do DF (CLDF), deputado Wellington Luiz; o secretário executivo de Segurança Pública, Alexandre Patury; a promotora de justiça e idealizadora do NaMoral, Luciana Asper; a gerente nacional de Educação Empreendedora do Sebrae, Ana Lucia Rodrigues; a superintendente do Sebrae DF, Rose Rainha; a secretária de Relações Institucionais da Nova Acrópole, Melissa Costa; o diretor do CED Myriam Ervilha do Recanto das Emas, professor José Aldias Serra; e a estudante Kéren Hadassa Oliveira Pereira, do 7º ano do CED Myriam Ervilha, representando os alunos participantes.
A abertura do Celebra NaMoral contou com a presença de autoridades de diferentes áreas, reforçando o caráter interinstitucional da iniciativa. A promotora de Justiça Luciana Asper, idealizadora do programa, destacou o sentido de celebração do encontro. “Nenhum nome podia ser tão apropriado quanto Celebra. O que vocês realizaram é extraordinário e nos enche de esperança. Vocês não apenas semearam virtudes, valores e forças de caráter, mas transformaram tudo isso em atitude. É essa atitude que constrói uma nova nação e faz com que o NaMoral deixe de ser só um projeto para se tornar política de Estado com a Lei Na Moral”, afirmou.
O chefe de Gabinete do MPDFT, promotor de Justiça Nísio Tostes, ressaltou que o NaMoral é fruto de esforço coletivo. “Queremos agradecer a todos que estão aqui e que sonharam juntos o NaMoral, e tudo que se desenvolve a partir desse projeto. É muito bom estar em um órgão que tem essa preocupação e atuação. Nós ainda temos muito a evoluir”, disse. Ele destacou, ainda, que o programa vive um momento de consolidação e expansão: “Queremos organizar uma estrutura melhor para o NaMoral. Esse é o próximo passo, em breve”.
O promotor de Justiça Nathan da Silva Neto reforçou a importância do projeto para o cotidiano escolar. “O NaMoral desperta em todos os profissionais envolvidos a vontade de exaltar e praticar valores éticos, fundamentais para a construção de uma sociedade mais justa e igual”, afirmou. Para ele, o programa ajuda a combater pequenas negligências que reverberam na convivência social. “O NaMoral busca a concretização e a vivência desses valores, na crença de que isso traz mudanças reais na vida das pessoas”.
No segundo dia do evento, o vice-procurador-geral de Justiça, Antônio Marcos Dezan, também destacou os resultados da iniciativa. “O projeto NaMoral é um empreendimento de grande sucesso. O tempo investido não foi em vão; foi um investimento que agora vemos materializado”, declarou.
PremiaçãoO Celebra Na Moral também revelou os resultados da Gincana da Integridade, realizada ao longo do ano. As escolas recebem pontuações conforme desenvolvem atividades sobre ética, cidadania, combate à corrupção, responsabilidade social e respeito às regras. A partir dessa pontuação acumulada, são concedidos os troféus diamante, esmeralda, safira e ametista.
Para Lafayette Formiga, diretor do Cemi Gama, que recebeu o troféu Esmeralda, o reconhecimento ultrapassa o palco. Participando pela terceira vez do NaMoral — tendo sido, em 2023, o primeiro Cemi de ensino médio a integrar o programa — ele afirmou que a iniciativa vem consolidando uma cultura de integridade no cotidiano escolar. “É de suma importância nessa formação de cidadania, honestidade e integridade”, disse. Lafayette contou que situações simples do dia a dia viraram oportunidades de aprendizagem: “Às vezes um aluno tenta furar a fila, e são justamente os estudantes do NaMoral que chamam atenção e ajudam a organizar. Esse é o primeiro passo para formar caráter dentro da escola”.
A professora Fernanda Gonçalves de Moura, do CED 105 do Recanto das Emas, destacou o impacto do programa em contextos de maior vulnerabilidade social. “Trabalho numa escola periférica que tem muitos desafios em relação à estrutura familiar. Muitos princípios de integridade e valores eles não aprendem em casa”, relatou. Segundo ela, o NaMoral tem ajudado a resgatar valores básicos e oferecer novas referências: “Mostramos que existem outras possibilidades de vida. Foi muito válido para a nossa realidade”.
Expectativas
Entre os estudantes, o sentimento era de orgulho e responsabilidade. Isabelle Monteiro, 16 anos, aluna do Cemi Gama, afirmou que o projeto já marcou sua trajetória escolar. “Participo desde o 9º ano. Aprendemos sobre regras, honestidade, ajudar os colegas e ter mais amor por nós mesmos”, contou. Para o futuro, ela já tem planos: “Quero continuar no NaMoral no próximo ano, até o meu 3º ano. Quero aproveitar ao máximo tudo o que o projeto oferece”.
Kelvim Pereira de Souza, integrante da apresentação Batucantar, destacou como o programa acolhe os estudantes. “O NaMoral motiva as pessoas e inspira disciplina. O projeto nos ensina a ser cada vez melhores”, afirmou.
O clima de celebração se misturou ao compromisso de seguir em frente. A cada escola chamada ao palco, a mensagem se fortalecia: investir em valores dá resultado. “Este ano foi marcado por legados”, resumiu Luciana Asper. “Quando a integridade entra para a lei e esta excelência humana entra no coração das pessoas, nós garantimos direitos antes que sejam violados. É por isso que estamos aqui: para celebrar o que já foi feito e assumir juntos a responsabilidade pelo que ainda virá.”