Pais e responsáveis devem estar atentos ao comportamento dos jovens e conhecer os canais de denúncia
Para marcar o Maio Laranja, o videocast “O MP que a gente conta” tem como tema os crimes virtuais cometidos contra a dignidade sexual de meninos e meninas. Os entrevistados são os promotores de justiça Camila Britto, coordenadora do Núcleo de Enfrentamento à Violência contra a Criança e o Adolescente (Nevesca), e Tiago Maia, do Núcleo Especial de Combate aos Crimes Cibernéticos (Ncyber).
Segundo dados da organização não governamental Safernet, houve aumento de 77% no registro de crimes dessa natureza em 2023 no Brasil. O promotor de justiça Tiago Maia explica que é comum os agressores se passarem por crianças em bate-papos de jogos virtuais e, dessa forma, aproximarem-se das vítimas.
Ele afirma que a melhor forma de proteger crianças e adolescentes é por meio do diálogo. “É muito importante que a criança tenha confiança e liberdade para poder contar para o pai e para a mãe, ou para alguém que ela confie, justamente para evitar que a situação de abuso continue”.
A criança abusada pode desenvolver problemas de comportamento, como baixa no rendimento escolar, conduta suicida, rejeição do próprio corpo, automutilação, exposição frequente dos genitais, masturbação excessiva, uso de álcool e drogas, perda do sono, ansiedade, medo generalizado. A promotora de justiça Camila Britto orienta: “Se você perceber qualquer um desses sinais, tome cuidado com a sua reação. Ela pode fazer com que a vítima se sinta ainda mais culpada. O importante é acolher e dar apoio, sem duvidar da palavra da criança.”
Qualquer pessoa pode denunciar situações de abuso ao Ministério Público, ao Conselho Tutelar, às Delegacias de Polícia Especializadas e Regionais e ao Centro 18 de Maio. Para saber mais sobre o assunto, conheça as seguintes publicações do MPDFT: Ética e segurança digital, Sugestões para o uso seguro do Whatsapp e Violência sexual contra crianças e adolescentes: identificação e enfrentamento.