Os princípios de integridade, ética e cidadania serviram de inspiração para o desenvolvimento de 30 jogos que serão utilizados por alunos do nível fundamental dois de escolas públicas
Cerca de 150 alunos de três turmas do curso de Design Gráfico do Centro Universitário do Distrito Federal (UDF) foram desafiados a desenvolver jogos de tabuleiros para alunos do nível fundamental dois de escolas públicas do Distrito Federal. O desafio faz parte do projeto NaMoral, do Ministério Público do DF e Territórios (MPDFT) e foi realizado durante o segundo semestre deste ano.
Os estudantes dos 1º e 2º semestres de Design Gráfico produziram trinta jogos que serão utilizados por alunos da rede pública e tratam de princípios como integridade, ética e cidadania. Os jogos foram desenvolvidos dentro da disciplina Metodologia de Projeto em Design Gráfico, mas a abordagem interdisciplinar permitiu que os estudantes colaborassem com professores de diferentes áreas do curso. A disciplina de metodologia também pode ser escolhida como optativa por outros cursos, formando equipes interdisciplinares, compostas por estudantes de administração, arquitetura, tecnologia da informação, entre outros.
A professora Andrea Castello Branco Judice ressalta que os estudantes tiveram a chance de se tornar protagonistas do próprio aprendizado: “Eles foram desafiados a enfrentar uma demanda real. Não foram apenas espectadores, mas sim designers em ação. Formaram equipes, gerenciaram prazos e orçamentos, negociaram com gráficas, criaram protótipos e conduziram testes com usuários reais. A maioria dos estudantes descobriu seu potencial, compreendeu seus limites e começou a vislumbrar o que é trabalhar com clientes reais e atender às necessidades do público-alvo”.
O resultado final inclui um jogo físico relacionado ao tema "Na Moral" (formação de jovens para a integridade), um teaser e um vídeo, que apresenta o processo metodológico de desenvolvimento do produto. Para a professora Andrea, “a abordagem é crucial porque como designers, os estudantes precisam estar preparados para enfrentar os desafios do mundo real. Ao final do semestre, não apenas acumularam conhecimento teórico, mas também adquiriram confiança e habilidades essenciais para resolver problemas complexos e criar soluções eficazes e adaptáveis”.
A coordenadora do projeto NaMoral, promotora de Justiça Luciana Asper também frisa que “o resultado dos jogos foi incrível: certamente os professores, alunos e suas famílias terão uma experiência lúdica e interativa que aperfeiçoará sua percepção da integridade. O ganho extra deste projeto foi a riqueza do crescimento dos alunos do design em suas habilidades, competências e ainda terem se divertido muito no desenvolvimento de jogos tão criativos! Ficamos realmente muito orgulhosos deles!”, afirma.
O estudante do 1º semestre, Vitor Souza destaca a importância da experiência para a sua formação profissional. “Desenvolver o jogo "Nustand e o Rei Corrupto" foi, sem dúvida, uma experiência incrível. Todo o processo de desenvolvimento ocorreu de maneira extremamente profissional, harmoniosa e, ao mesmo tempo, divertida. Foi um momento de grande importância para cada membro do grupo, deixando uma marca indelével em nossa trajetória acadêmica e, sem dúvida, contribuindo significativamente para o nosso futuro profissional.”
“Aproximar o universitário dos seus campos de atuação e oferecer oportunidades de criação, aplicação prática de conceitos e convidá-lo a ter a atitude de contribuir com o desenvolvimento da sua comunidade é fundamental”, finaliza a coordenadora do projeto de extensão NaMoral, Suliane Rauber . Além disso, afirma, “ao estudarem sobre os temas ética, integridade e cidadania para elaboração dos trabalhos e refletirem sobre os dilemas propostos na mecânica dos jogos, têm a oportunidade de desenvolver raciocínio sociomoral e ampliar o repertório de competências interpessoais”.