Réu aguarda julgamento preso e pode ser condenado a até 30 anos de reclusão em regime fechado. MPDFT denunciou o homem menos de um mês após o crime
O Tribunal do Júri do Gama julga amanhã, 29 de agosto, João Alves Catarina Neto, acusado pelo crime de feminicídio contra Simone Sampaio de Melo. O réu e a vítima foram casados por cerca de 22 anos e tiveram três filhos. O crime ocorreu no dia 13 de fevereiro deste ano, no Gama, e o julgamento será realizado apenas seis meses após o crime.
A primeira fase processual também foi realizada com celeridade. A promotoria de Justiça do Tribunal do Júri do Gama denunciou o réu em 1º de março, menos de um mês após o feminicídio. João Alves responderá por homicídio quadruplamente qualificado: motivo torpe (sentimento egoístico de posse); emprego de recurso que dificultou a defesa (ataque súbito com uma faca que trazia escondida); emprego de meio cruel (por infligir sofrimento desnecessário à vítima, que foi sucessivamente golpeada, demonstrando brutalidade fora do comum); além de que, o crime foi praticado contra mulher por razões da condição de sexo feminino em contexto de violência doméstica e familiar.
Entenda o caso
João Alves e Simone tinham um relacionamento conturbado, com discussões e frequentes atos de violência psicológica do réu contra a vítima. Eles viviam no Espírito Santo e, em novembro de 2022, Simone decidiu separar-se do réu, sendo que, em dezembro do mesmo ano, Simone mudou-se para o Gama, trazendo as filhas menores.
O réu não aceitou o término do relacionamento e insistia por uma reconciliação. Não conseguindo convencê-la, veio ao Distrito Federal a pretexto de comprar o material escolar das filhas. No dia 13 de fevereiro, por volta das 8h, em via pública localizada na Quadra 49, João desferiu diversas facadas contra Simone. João e Simone tinham acabado de levar uma das filhas para a escola, quando o réu sacou uma faca que trazia escondida em uma sacola de pão. Após esfaquear a vítima, o réu tentou fugir do local, mas foi preso em flagrante por policial militar que passava no local.
Processo nº 0701759-71.2023.8.07.0004