O nome de cada uma das mulheres foi fixado, de forma simbólica, em mudas de ipês e outras árvores típicas do cerrado
Uma homenagem às 33 vítimas de feminicídio do Distrito Federal do ano de 2023 foi realizada no domingo, 19 de novembro, no Parque Ecológico do Riacho Fundo II. O evento foi uma parceria do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT), com o Instituto Arvoredo e do projeto Eu me projeto, voltado para a orientação e o acolhimento de mulheres vítimas de violência doméstica.
O projeto usou o meio ambiente como forma de sensibilização e protesto contra a morte dessas mulheres, vítimas de feminicídio, e irá contribuir para a preservação das nascentes locais e do ecossistema do cerrado. O nome de cada uma das vítimas foi fixado, de forma simbólica, em mudas de ipês e outras árvores típicas do cerrado, como forma de eternizar a história de cada uma dessas mulheres. Ao todo, 700 mudas foram plantadas.
As promotoras de Justiça Camila Britto e Isabella Chaves estiveram no local e conversaram com os participantes sobre a importância daquele momento para resgatar a história das mulheres vítimas de feminicídio no DF e homenageá-las por suas trajetórias, interrompidas de forma abrupta. “Nesse espaço, vamos garantir que essas mulheres nunca sejam esquecidas. Nós mulheres precisamos denunciar o abuso antes que o pior aconteça. Denuncie! A denúncia é importante para proteção da vítima e também para acionamento dos órgãos públicos no combate a esse tipo de violência”, alertou a promotora Camila Costa.
"Homenagear as vítimas de feminicídios vai além das palavras, é plantar sementes de lembrança e esperança. Dedicamos cada muda à memória das mulheres que não puderam florescer plenamente. Que cada planta seja um símbolo de resistência e um lembrete de que a luta contra o feminicídio deve continuar", destacou a promotora Isabella Chaves.
O representante do Instituto Arvoredo Humberto Lima ressaltou que nas atividades de plantio, os participantes encontram um ambiente terapêutico, onde podem expressar suas emoções e histórias. Segundo ele, esses momentos de partilha revelam o papel fundamental que o Instituto Arvoredo desempenha como um instrumento de apoio e transformação social. “Ao unir vozes, o Instituto não apenas promove a consciência ambiental, mas também levanta bandeiras contra a violência doméstica e o feminicídio, muitas vezes ignorados ou silenciados na sociedade. Essa abordagem integrada demonstra o compromisso do Instituto Arvoredo com a criação de uma comunidade mais consciente, resiliente e ativa no combate a diferentes formas de abuso”.
Também participaram do evento representantes dos projetos Resiliência e Raízes da União, além do Instituto Brasília Ambiental, responsável pela destinação do terreno onde foi realizado o plantio, e da Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal (Caesb), que forneceu água para o público durante o evento.
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